sábado, 28 de maio de 2011

NA EMINÊNCIA DA "QUASE" MORTE

Em nossa sociedade dois sistemas do corpo humano são os mais solicitados, e ao mesmo tempo adorados: o sistema reprodutor/excretor, e o sistema disgestório/vocal.


Falar e comer, sexo e prisão de ventre, gastrite e dores de cabeça, insônia e bulimia são alguns aspectos muitos familiares atualmente.


Estes sistemas são exageradamente utilizados haja vista os sinais e sintomas à saúde.


Existe um termo na Espanha utilizado para pessoas muito famosas ou pessoas de muita visibilidade chamado de caganer. O termo é utilizado no intuito de mostrar que diante as maiores dificuldades e desafios o caganer não abre mão de  abaixar as calças e cagar. Esse é uma atitude mental fundamental para um bom líder porque quando enfezado não há raciocínio ou atitude equilibrada, reta-atitude.


Para se ter uma reta-ação é necessário estar disponível ao reto! Isso é desapego. Mas não! A sociedade é apegada, é viciada em ter, consumir, procriar, gastar, produzir, engolir sem mastigar, obter, ter, ter,ter. Daí a prisão de ventre. Ter, reter, magoar... .


Tudo isso é uma merda no sentido literal da palavra. 
Há quem saiba e pratique o Ser antes de ter. E acredito que começa a crescer essa postura de pensamento.


A busca somente por bens materiais, reconhecimento e apego parece ser uma fuga do grande medo: o medo da chegada da morte. A quase morte é aquela que nos coloca a par de nossa fragilidade como seres humanos. Aceitar e expor esta fragilidade é uma sabedoria que se faz urgente atualmente. O hábito amedrontado de negação dos potenciais de aceitação das dificuldades e limites da vida cria uma situação em que o desgaste físico é tão grande que aí é que ela chega mais rápido mesmo. É preciso dosar o ritmo das coisas, dos entra e sai da vida, do contrai e relaxa, do inspirar e expirar. 


É preciso saber disso e praticar porque há outros sistemas para se vivenciar que estão no mínimo atrofiados.

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