segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TODA VIDA É YOGA

Pessoas e amigos que me perguntam sobre como começar a meditar, eu respondo:
Para se começar uma boa meditação o primeiro passo é saber cumprir regras.


Existem dois níveis de regras: as mais conhecidas e as menos conhecidas.
As mais conhecidas estão ligadas ao senso comum como o cumprimento de regras sociais e, também das regras naturais do corpo. É o corpo quem sente essas leis e devemos respeitá-las. Por exemplo o estresse do dia-a-dia ou quanto ao seu funcionamento natural de higiene, sono, mastigação, respiração, descanso, atividade física, correta ingestão de aguá, etc.


O outro nível de regras são menos conhecidas, mas não menos sabidas pelo menos em nível inconsciente, e estão ligadas a ciência das leis da natureza. Estas são regras que selecionam e limitam pessoas ao ingresso à uma meditação mais profunda. Na verdade é aqui que a pergunta se faz de modo inconsciente. É aqui a real pergunta porque meditação é algo natural. É um mecanismo natural do cérebro. Tornar isso consciênte é estabelecer contato consigo mesmo na ciência do autoconhecimento. Portanto quando alguém que nunca teve contato com técnicas de meditação chega a formular tal pergunta, significa que ela já vem tendo experiências meditativas de modo inconsciente.


O maior estudo prático da meditação é a ciência do autoconhecimento.
Dois são os aspectos éticos que o meditador precisa conhecer para ingressar e compreender o real funcionamento deste intricado sistema: 1) o Yama ou autocontrole, ou conduta correta nos relacionamentos; e 2) o Nyama ou não controle, ou os consentimentos do caminho.


O Yama ou Autocontrole refere-se à não violência, ao não mentir, ao não roubar, ao não ser sensual e ao não ser ganancioso. Está ligado ao poder do corpo em contrair-se e controlar-se.


O Nyama ou o não controle ou também o "Let it be" refere-se a limpeza, contentamento, austeridade, estudo de si mesmo e a devoção ou também auto entrega. Está ligado ao poder de descontrair, expandir e afrouxar os laços materiais com seu próprio Eu. 
Exercícios de coordenação motora, equilíbrio e respiração associado a exercícios de forças e repetições simulam situações da qualidade de Yama e Nyama. Porém estes exercícios exigem a presença de uma mentalidade sã e centrada. Claro que nada se compara com a prática do cotidiano atribulado. 


Em suma, não se medita sem um direcionamento. E também não se medita quando o foco de suas ações se baseia fora de você. O fruto das suas ações, a experiência e o esforço de vida são fundamentos da meditação que devem ser exercitados e revistos assim como a prática regular de exercícios físicos. Tanto o corpo quanto o cérebro precisam se exercitar e descansar. É o jogo de tensões e relaxamentos que mostra o caminho com mais clareza. Este é um estado da consciência onde se descobre uma ética biológica de exercícios para toda a vida e uma ética cósmica não distante do dia-a-dia.

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